O que aconteceu com a FTX? Crise no mercado de cripto | Mini Documentário | Liberdade para Escolher
O que aconteceu com a FTX de Sam Bankman-Fried?
Confiança é a base da economia. Se você faz um depósito no banco, você quer a certeza e tranquilidade de que ele manterá seu dinheiro seguro e acessível. Ou quando você faz aquela compra na Amazon, você quer a proteção da empresa de que, caso o vendedor não envie o seu produto pelo correio, você será ressarcido pela compra.
No sistema capitalista, onde as trocas de produtos e serviços acontecem de forma voluntária, a confiança é tudo e ela depende da reputação.
Sam Bankman-Fried conhecido como SBF, o fundador e CEO da agora falida corretora de criptomoedas FTX, ganhou a confiança do mercado ao conquistar a aprovação das instituições de elite, e ele conseguiu isso se diferenciando do clássico investidor de criptomoedas libertário.
Ele conseguiu ganhar o afeto da elite progressista investindo em campanhas políticas, apoiando legislação no setor de criptomoedas e usando da empresa para objetivos sociais e políticos. Ele se autodenominou parte do movimento de altruísmo efetivo, um campo de pesquisa e uma comunidade de bilionários que se dizem generosos, que não querem ficar ricos porque gostam de dinheiro, mas porque querem dar esse dinheiro para a caridade. Sua fama e conexões com a elite progressista era tão íntimas que o Fórum Econômico Mundial o recebeu como orador em Davos listando a FTX como um parceiro corporativo.
Em seu auge, o SBF valia mais de US$ 26 bilhões, e aos 30 anos de idade, ele já havia se tornado o segundo maior doador político dos Estados Unidos, conseguindo que celebridades como Tom Brady e Gisele Bündchen se tornassem a cara dos anúncios da FTX, e garantindo inclusive os direitos de nomeação do estádio da NBA do Miami Heat.
Os jornalistas amavam a sua retórica autruista, e publicaram diversas matérias de capa sobre o SBF, incluindo a revista Fortune Magazine, famosa por publicar outos perfis infames, onde se perguntou se o SBF não era o próximo Warren Buffett.
A confiança na empresa foi tanta que até o fundo da Sequoia Capital, um dos mais importantes do Vale do Silício confiou no SBF o suficiente para investir mais de 200 milhões de dólares. E a Blockfi confiou tanto que emprestou um montante o suficiente para agora estar quase enfrentando falência. E, claro, os investidores de varejo confiaram nele para manter seu dinheiro seguro, e é extremamente improvável que esses consumidores voltem a ver se quer um centavo dos seus investimentos.
O SBF é acusado de supostamente desviar 10 bilhões de dólares de depósitos de clientes para um fundo de hedge administrado pela sua suposta namorada, que por sua vez, fez investimentos arriscados que acabaram por não se pagar.
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